Editorial
Uma fila que precisa andar rápido
Para algumas das dores da sociedade, o tempo da política ou da burocracia é como sentença de agravamento ou algo pior. E a saúde é uma das áreas onde isso fica mais evidente, já que para o cidadão que precisa de um diagnóstico, de um tratamento ou cirurgia, cada dia de espera por algum destes serviços significa mais sofrimento. Quando isso ocorre na vida de quem enfrenta um câncer, então, preocupação e pressa são potencializadas. Esta semana, no entanto, uma importante iniciativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) trouxe alento a quem depende da rede pública de saúde para enfrentar a doença. A presidente da Corte, desembargadora Íris Helena Medeiros Nogueira, assinou termo de cooperação com o Poder Executivo do Estado oficializando a doação de R$ 94 milhões do orçamento do Judiciário.
Deste valor total, uma parcela de R$ 8 milhões ficará com a Santa Casa de Porto Alegre para uso em melhorias na área destinada a pacientes do SUS. Já a maior parte - R$ 86 milhões - está destinada à Secretaria Estadual de Saúde (SES) para aplicação em exames e procedimentos diagnósticos de oncologia. O objetivo é que esse valor acelere o atendimento de gaúchos e gaúchas que estão presos a uma fila de espera pelos serviços. Fila esta que foi agravada ao longo da pandemia de Covid-19, quando hospitais e profissionais tiveram que concentrar esforços no socorro a milhares de infectados pelo vírus, redobrando cuidados de isolamento que, especialmente no caso de quem está com a saúde fragilizada, são essenciais para evitar complicações.
Ao falar sobre a doação do recurso no ato de assinatura do termo, a desembargadora pelotense fez questão de ressaltar papel relevante do Judiciário que, assim como outros Poderes, jamais pode se manter distante da realidade enfrentada pelos cidadãos. Sobretudo aqueles que mais necessitam do olhar atento e das ações ágeis das autoridades. “A Justiça não é cega! Ela enxerga muito bem os que passam fome, aqueles que, sem recursos, são acometidos por graves doenças, assim como os que vivem em situação de miséria. Portanto, o Poder Judiciário nunca está ‘encastelado’ e nem alheio às dificuldades das nossas comunidades”, destacou Íris Helena.
Em tempos de lobby e projetos sendo votados Brasil afora visando polpudos aumentos de subsídios a quem está no topo do poder, ações como a promovida pelo TJRS através de sua presidente servem como alento. E tomara que permaneçam como exemplo vivo de comprometimento com os cidadãos a ser seguido por todos os Poderes e agentes públicos.
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